Thom Hogan em Torres del Paine

Thom Hogan é um renomado profissional no ramo da fotografia, especializado em produtos Nikon. Além disso, ele escreve livros, faz workshops e apresenta análises extremamente interessantes sobre o mercado da fotografia. Ou seja, se você quer se inteirar desse universo, não pode deixar de checar regularmente www.bythom.com.

Recentemente, ele conduziu um workshop na Patagônia chilena; mais especificamente, no Parque Torres del Paine, um destino excelente para fotógrafos e aqueles que admiram belas caminhadas e paisagens naturais. O site do parque traz diversas fotos e informações. Em resumo, é um local com uma paisagem espetacular, mas cujo acesso não é exatamente fácil. A rota comum inclui Punta Arenas e Puerto Natales, que são cidades pequenas, até onde eu sei.

Ainda não conheci o parque, mas há tempos essa é uma de minhas prioridades, a ponto de chegar a planejar uma viagem pra lá nesse ano. E aí entra a experiência do Thom Hogan, cuja viagem com participantes do workshop aconteceu nesse mês (lembro de ter visto essa viagem agendada há quase um ano e pensei seriamente em me inscrever!). Em resumo, houve uma greve na região e os turistas foram usados como moeda de barganha, sendo impedidos de sair por alguns dias. O Thom usa a palavra “refém”, que alguns podem achar exagerado – ninguém do grupo dele foi machucado ou diretamente ameaçado, diga-se de passagem -, mas não considero um termo absurdo considerando a situação.

Esse é o link pro artigo: http://www.bythom.com/hostage.htm

O texto é extenso, mas vale a pena. Com seu estilo provocador, as ponderações vão muito além da simples situação ocorrida, passando por uma análise econômica, ética e política.

Para quem pretende viajar pra Torres del Paine, considero a leitura obrigatória. Como ele ressaltou, nada impede que outras situações semelhantes aconteçam, considerando esse precedente. Não concordo com algumas generalizações (toda a América do Sul sendo considerada um local pouco seguro e confiável para viagens) e com o boicote que ele propõe ao Parque, considerando que os estabelecimentos lá não apoiaram a ação. Mas até entendo a indignação: ficar “preso” por dias em qualquer lugar não é nada agradpavel. Junte-se a isso a inação dos veículos de notícia e o alto custo de todo esse processo (segundo o artigo, mais de 1.500 dólares), sua reação não me surpreende.

Por que o mundo não ficou sabendo disso?! Hummm…

 

Edit: escrevi para o Thom Hogan falando sobre essa situação e fazendo o adendo de que considero o Brasil um lugar seguro pra viajar (com a ressalva de alguns lugares, obviamente), já que ele havia generalizado sua preocupação a toda a região. Ele foi muito atencioso e me respondeu que, na verdade, ele tem dito às pessoas  exatamente isso: que o Brasil realmente lhe parece a melhor opção na América do Sul, em termos de segurança e confiança. Concordo com ele :-)


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