Arquivo do mês: março 2011

Luz e clima: diferenças práticas

Já falei muitas vezes e não canso de repetir: a luz é essencial. A mesma composição pode trazer resultados dramaticamente diferentes, dependendo da iluminação e das condições climáticas.

Tenho feito uma série com essa árvore, já que gostei de sua posição. Meio isolada e em um local inclinado, ela se destaca na paisagem e isso é um bom ponto de partida  para ser fotografada. Em pouco tempo, já registrei imagens bastante diferentes e imagino que haverá ainda muito mais variações no decorrer do ano. Entre outras coisas, isso é ótimo para estimular a criatividade e um olhar mais apurado, atento a pequenas modificações que fazem tanta diferença em uma foto.

 

19 de janeiro, 18:55hs.

Nessa hora, o sol já se pôs e é possível perceber que a luz é completamente uniforme e sem sombras. A saturação é alta nessa hora. Tecnicamente, não há nadda errado com a imagem, mas ela é monótona e sem nenhum destaque.

 

10 de fevereiro, 06:10hs.

Às 6:10 da manhã, o sol acabou de nascer e a luz ainda é muito suave, com a vantagem de ser mais quente. A posição dos montes permitiu uma iluminação diferenciada, destacando a árvore e mantendo o fundo na sombra. Particularmente, essa é a minha favorita.

 

20 de fevereiro, 21:07hs.

Essa imagem foi feita numa noite de chuva, mas isso não influenciou significativamente o resultado final. É possível notar que a árvore parece mais iluminada, como se houvesse um foco de luz sobre ela. Isso aconteceu devido a uma casa com luzes acessas logo abaixo da árvore, onde eu cortei a foto. A luz da casa, ainda que apenas moderada, foi suficiente para clareá-la.  Além disso, como é noite, outras luzes ao redor – como as dos postes ao fundo – estão acesas e trazem uma tonalidade amarelada e, na minha opinião, bastante agradável à imagem.

 

03 de março, 07:53hs.

A última das imagens que fiz – até agora – tem apenas 10 dias e aconteceu em uma manhã com neblina. Nesse dia, fiz outras fotos poucos minutos depois, mas a neblina avançou tão rapidamente que logo cobriu toda a vista do vale. Mesmo nessa imagem a árvore já está parcialmente coberta e, se a luz não está particularmente bonita, a diferença climática trouxe um efeito totalmente novo à série.

Esse pequeno exercício tem me mostrado – e espero que mostre a você também – que a paisagem, o assunto, é apenas uma das muitas variáveis na composição de uma imagem. Dessa forma, quando você for criar uma fotografia, lembre-se de que alguns minutos – às vezes, segundos – podem fazer toda a diferença, e procure ser paciente e atento às mudanças.


Carnaval em Terra Ronca

Não foi a minha primeira vez em Terra Ronca. Visitei o Parque em 2008, como descrevi nesse post. A 400km de Brasília – 50 desses em estrada de terra -, não é uma viagem de fim de semana, mas excelente para um feriado prolongado.

Dessa vez, decidimos curtir o badalado carnaval no local que não pega celular, não tem internet e nem TV (até tinha, mas nem experimentamos ligar). Melhor impossível! Só fiquei sabendo da Sandy Devassa e da música do Superman dias depois; o que, convenhamos, não foi exatamente uma perda!

Caverna São Bernardo

1º dia: Chegada, boiacross e foto oficial

Chegamos no sábado, dia 6, e já procuramos nosso guia da viagem, o famigerado Valdin (um cara geeeeeeeente boa!). Ele sugeriu o boiacross na praia de São Vicente e o mirante, e quem somos nós para discordar? Um dia muito divertido, com direito a um caldo ridículo! (não vou contar quem fui pra preservar a pessoa… :)

Carol mais preocupada com a pose que com o controle da boia! Não podia dar outra coisa: “atolou” num galho!

Foto oficial. Da esquerda: eu, Caio, Bruna, Carol, Carrijo, Filps, Valdin e Cremosa!

 

2º dia: Caverna São Bernando, banho de rio e o Dia Oficial da Ajuda aos Sem Noção

Domingueira foi um dia comprido! Começou na Caverna São Bernardo:

Depois, um belo banho de rio até começar a chover. Logicamente, uns brasilienses manés que encontramos lá esqueceram que a região é super barrenta e tiveram a brilhante ideia de atolar 2 carros! Claro que fomos ajudar, mas os caras fizeram um serviço tão bem feito que todo o processo demorou umas 2 horas, pelo menos. O momento mais engraçado foi quando um carro finalmente saiu do aterro e começou a subir uma ladeira; dois camaradas com uns 40kg cada continuaram empurrando só pra garantir e de repente o carro parou de subir e ameaçou voltar. O que os dois gênios fizeram: ficaram atrás do carro de 1.500kg, “nóis tá segurando!”. Nunca vi coro tão sincronizado, 10 homens gritando ao mesmo tempo, “sai daíííí, car#@$%*@!!!!!!!”. :-)

Depois disso, ainda encontramos no caminho um ônibus com a barra de direção quebrada. A Cremosa até tentou ajudar, amarramos corda e tudo, mas o bichão fincou mesmo, só saiu com trator.

Comprando terreno em Terra Ronca

 

3º dia: Caverna Terra Ronca II

Pra mim, esse foi o melhor dia, apesar dos riscos. Eu gosto muito dessa caverna, mas o Valdin estava preocupado em nos levar lá por causa da chuva, que pode aumentar rapidamente o nível do rio que a corta. Deu tudo certo e a experiência foi ótima e sem sustos. Só que não deu tempo de visitar a caverna Terra Ronca I, então tivemos que nos contentar com uma visita à boca da caverna, que tem 96 metros de altura e é uma das maiores do mundo.

Terra Ronca II. Esse é o ponto mais difícil da travessia.

Boca da Terra Ronca I. Reparem no tamanho das pessoas!

 

4º dia: Cremosa na enfermaria e volta pra casa

O dia prometia uma visita à caverna Angélica e um repeteco no boiacross, mas percebemos um problema com a Cremosa (nesse ponto vocês já devem ter percebido que esse é o nome da D20 do Caio :), o que alterou nossos planos, pois precisaríamos ir a São Domingos – a 42km de distância em estrada de terra – pra consertá-la.  Saímos às 7hs na esperança de voltar cedo, mas no meio do caminho o grampo da balança quebrou e ficamos na estrada. Até conseguirmos arrumar um mecânico pra consertar a D20, foram mais umas 3 horas de espera, o que atrasou nossa volta e basicamente ocupou todo o nosso dia. Mas até essa parte foi bacana e uma aventura, já que conhecemos várias pessoas, demos algumas caronas e encontramos até o tal ônibus que tinha quebrado a barra de direção. Coisas de Terra Ronca!

Cremosa na enfermaria

No fim das contas, gostei muito da viagem, das fotos, das aventuras. Mais uma vez, como há 3 anos atrás, recomendo!